12.3.12

Drômbado

acabaram aqui as dúvidas, ainda assim com tropeços sigo a esmo com a necessidade de expor. Sim, de nada adiantaria sofrer pelo perdido, o incrível amigo que se cristalizou, tão fraco e vulnerável que dormiria em qualquer lugar.
É triste sentar aqui e observar a vida passar.

Ainda escuto suas vozes no fundo, o sorriso tempestuoso da cobrança posterior
já não sinto dor e isso é um absurdo
como eu me iludo com leis de falso pudor

8.3.12

O sonho mais longo

Eu estava em um zoológico e flutuava sem esforço por cima dos bancos. Fui atraído por um som curioso que vinha de dentro de um laboratório. Estavam consertando a máquina de acabar com angústias e eu era o terceiro da fila. Certo de ser uma cobaia, pretegi meus joelhos e meus cotovelos. Quando chegou a minha vez, senti um gosto metálico no canto da língua, meus pés formigaram um pouco e minha alma ficou dormente. eu não sentia mais nada, não abria sorrisos nem me zangava. Pedi meu dinheiro de volta, mas não conseguia parecer decidido, não fui levado a sério. Na saída, esbarrei com uma garota preocupada com as horas,que me avisou do cadarços desamarrado e perguntou para onde eu estava indo. Eu disse que estava perdido, que precisava de uma função nesse mundo. Ela disse que eu poderia ser qualquer coisa. Eu disse que qualquer coisa não servia e me despedi. Começou a chover e eu descobri que o efeito da máquina é anulado com água, pois eu abri um sorriso, dos grandes. "pelo menos não é angústia", pensei. Eu joguei pipoca para os animais, mas eles não estavam interessados, se esconder da chuva era mais importante. Eu fiquei preocupado com os equipamentos eletrônicos no meu bolso, desejei ser impermeável em certa medida, para água e para angústia.