25.1.07

Dígrafo

Não foi de propósito, deixar o copo se espatifar no chão, ou esquecer que não se deve bater a porta ou falar alto. Desculpe por ter encostado na tinta fresca e logo em seguida ter sentado na sua poltrona favorita, espero que goste de listras.
Seria uma boa idéia sair de fininho e me esconder debaixo da cama, mas da ultima vez que fiz isso espirrei a beça, então prefiro continuar com essa expressão desatenta e levar o sermão depressa.

Duas semanas com gostos sintéticos
de banana d'água a bife a milanesa
ser tripudiado por falsa certeza
ver toda a verdade nas coisas sem nexo

crianças felizes com seus cabelos coloridos, faria o mesmo, mas e o emprego? Da ultima vez em que tive crise, perdi metade da minha comissão. Você seria satisfeito vivendo sóbrio onde só há ilusão?

A última carta suja (reprise)

Foram os calso nos pés, os dias em vão, vocÊ sabe muito bem
mais que ninguém, estão queimadas,minhas mãos
e espalhadas por toda minha sala

Quando os cacos saírem de meus joelhos, talvez possa me responder
entristecer? continuar o mesmo?
manchas em linhas tortas, sempre as mesmas linhas tortas


* um tributo ao passado

21.1.07

em situações de risco

1 ano, cronometros e calendários, quem pode acreditar neles?

Eu estava disperso, tentanto matar algo que realmente não existe, mirei bem, lancei minha flecha, e ela passa como se aquilo fosse feito de fumaça. Belo dia em que resolvi aceitar esse desafio, o mais longinquo e difícil de ser completado, eu estava de frente para ele e me sentia cada vez mais inútil.
Ele avançou e fez tudo em sua volta acelerar, diminuir o ritmo, congelar. Descobri que não poderia matar o tempo e que ele me mataria um dia.