30.7.09

Jogo de adivinhar segredos

foi uma briga na escola que não contou para os pais?
não
foi um motivo injusto que lhe deu vantagem?
não
foi um perdão da boca pra fora enquanto o rancor lhe roía o peito?
não
foi o superpoder de adivinhar o que é errado e mesmo assim nao fazer o que é certo?
não
já sei, você é tão humano quanto qualquer um e por isso sente remorso, que disfarça com seu ódio inesgotável, planeja uma reviravolta inexplicável, que o fará ter ar de implacável, ainda sim sabe que não será desse jeito.

(...)

assim não vale, eu nunca soube esconder direito.

25.7.09

o jeito errado de ser feliz

você levanta como um gigante e resolve dormir mais
acorda confiante e resolve dormir mais
esquece todo e qualquer maldito problema e resolve dormir mais
a tarde chega amiga e fria

você lembra da sua teimosia e resolve dizer não
se atrapalha em nostalgia e resolve dizer não
calça as meias trocadas

você vê que já é tarde e resolve esperar mais
tudo se acumula, mesmo assim, tanto faz

17.7.09

moletom no sol

plim plim plim
faziam os copos que se despedaçavam
toda vez que eu me arrependia os musculos falhavam e não eram capazes de me manter
tom tom tom
fazia meu peito em contraste com o silêncio
quanto mais penso mais, mais pondero sobre o que significa existir

16.7.09

Nuncaminho

dance comigo a valsa da indecisão
com ela vamos até a esquina
que os problemas sempre estiveram aqui
e sempre estarão
resta nos folego pra resistir
resta nos ritmo que não cesse

vem com passos que sejam largos
o suficiente para passar da curva
fora dali seremos lenda

Ainda não acabei

e é por isso que tudo está esparramado assim
cds antigos à direita, folhas amassadas no meio

Amigo, queria poder explicar tudo com detalhes
mas são centenas de dezenas de milhares
me deixa aqui
Consigo, posso atravessar as paredes da alma, dos lugares
e em todo canto que olhares verá uma lasca do que eu digo

Simples e útil como um pão, feroz e confuso feito um cão
teimoso e decadente como um tolo

o que é o que é?

Se eu pergunto porquê, perde-se a graça
Se eu mantenho por dias, torna-se vulnerável
Se eu esqueço e retorno, tem melhor gosto
Se eu abandono de vez, imensa é sua falta

4.7.09

o novo corte de cabelo

discuti sobre o futuro da humanidade enquanto sofria de verdade
por pequenos lapsos dos quais não tive controle, em nenhum momento sequer
experimentei a dor da anestesia, a ultima fantasia de um ser humano qualquer
eu, que nunca havia levantado bandeiras, lentifiquei meus movimentos

eu me rendi a qualuqer coisa, por não me achar digno de conflitos
não quero ser um mito para uma terra sem sentido
estive aqui por anos a fio me protegendo de ser vulnerável
mas como nunca foi estável assino aqui esse pergaminho

essa prisão invisível, eu não sou mais meu inimigo