8.12.17


veloz e por acaso preso na intenção
eu nunca aceitaria esse imenso não

perdido e contemplado por uma aquisição
não sei se aceitaria esse imenso não

moído em pedaços por contínua rejeição
talvez aceitaria esse imenso não

perdido e conformado sem nenhuma obstrução
eu sei que aceitaria esse imenso não

patente pendente


e a gente fica assim, sem medo de continuar
e as coisas vão pra sempre mudar de qualquer  jeito
e a gente fica assim, sem medo de tentar
é que pra sempre eu espero uma resposta que me caiba outra vez
outra vez

pode não ser ruim, mas pode também ser sim
já que tudo tem contraste, já que tudo que encontraste pode ter seu fim
mas não pensa em mim no dia em que eu deixar de conseguir
no dia em que eu deixar de conseguir

26.4.17

dormir ou emendar


olhar com raiva para vitrines blindadas

dar a volta e ver que estão trancadas

tentando mil combinações  no painel da porta

perdendo um tempo precioso feito um pateta

esquecendo que a vida acontece aqui



Com o tempo muita coisa perde o sentido
perde o brilho ou ganha destaque
Eu ouço o som da claque
mas nenhuma piada foi contada
às vezes eu rio junto
às vezes me desespero
e muito de vez em quando
sento no chão cansado do conflito
aprendi a descansar,admito
mas acordo como se tivesse sido
atropelado


Sou só eu e a vitrine, intocada
eu trancado do lado de fora
tão afoito, imagine
se um dia eu entro
e lá dentro, nada





Prezado hipotálamo,

desde já obrigado por essa parceira vitalícia
apesar do descompasso hormonal e metabólico
você tem feito um trabalho deveras heróico
regulando minha temperatura
lidando com os baques dos tremores de amargura
atenuando o pensamento paranóico
meu desespero simbólico
frente à minha vida semi fictícia