3.12.06

Porta torta (n° 1)

Quando a luz manhã opaca tomou conta do quarto, Simério se deu conta de sua distração.
Foram horas ácidas forçando a mente a fim de extrair alguma boa idéia para sua nova invenção, de preferência algo que funcionasse, algo melhor que o detector de humor, ou a maquina de choques relaxantes, algo que não fizesse as pessoas rirem, algo que relamente valesse a pena investir. Mas ele havia nascido em um tempo de estacionamento da evolução...
Puxou a correntinha da persiana e ela gentilmente abriu-se, um pouco de ar renovado dentro do recinto seria bom para a saúde. Foi aí que se assustou com um bichano peculiar,interessante e medonho, algo parecido com uma paca, mas com a pele grafite escamada, dois pequenos chifres brotando da costa, repousando sobre um pano velho, com um ar de exaustão, emitindo leves ruídos... mais alguns passos e mais outra criatura, no box do banheiro, esparramada em seu sono pesado. dessa vez era um ser de pele rósea e manchas cinzas, com dentes assimétricos e com as pontas quadradas, começou a refletir sobre o que havia comido e bebido na noite passada, "nada demais, se não me falha a memória"...

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