10.6.10

Carta ao Eu do passado: parte 1

Foi mais ou menos assim que recuperei o rumo:
uns furos a mais no cinto, um sono mais responsável
a tolerância como ferramenta de convívio
o sentimento de auto-destruição contido como um fantasma preso dentro do jarro

que fique bem claro que nada está certo ainda
é só um período de calmaria
eu vou polir o escudo e deixar ele preparado
encostado em algum canto dessa sala
vou ler todos os textos atrasados, talvez arrumar as gavetas
pensar no que fazer com as paixões que incomodam
com a quantidade de coisas das quais não queria me desfazer
no tipo de pessoa que quero ser
e se vale realmente a pena levar uma blusa extra hoje

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