17.2.10

sobre a vida que não tive

esses dias acordei sentindo muita falta da maneira como eu encarava as coisas, sem sofrer por nada que eu não tivesse culpa, sem me retorcer ao perceber o erro recém cometido. Lembro que como um fantasma, eu atravessava as paredes da dúvida sem temor, eu era o super-herói da minha consciência, pois sabia o quanto tinha razão sobre mim mesmo. Tudo começou a desmoronar quando eu me vi longe de minhas forças, separado por um pequeno abismo, o qual eu simplesmente não sabia como atravessar, talvez naquele momento eu nem quisesse.

e agora eu me pergunto o que me leva a sofrer por tão pouco, o que determina a gravidade das dores do espírito, como serei capaz de lidar com tudo isso sem que eu pereça sendo a causa do meu próprio mal.

eu lembro de quem eu era e lembro do que aquele cara queria. percebo o quanto as motivações mudam e fico aqui olhando para as minhas glórias e ruínas preferidas, pensando em vidas que nunca tive.

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