3.1.08

Vila Hulda

Quando atravessei a rua percebi que não fazia a menor diferença
o meu andar sorumbático, pensar burocrático, certas coisas a gente não inventa
procurei no meu bolso algum último vestígio daquele bala de menta
enxuguei o meu rosto, tapei meus ouvidos, com a boca seca e sedenta

na noite friorenta

houve um certo embaraço, ao desenrolar cabos dentro de minha mochila
lixo e papéis antigos, dificultavam a busca por provas mais vivas
livros em sacolas plásticas, maçãs e camisas limpas
olhei muitas vezes para o lado, procurando a inexistente saída

na noite ainda viva

Nenhum comentário: