5.9.06

eterna espera - parte 1

Depois de se demitir, ele acidentalmente rasgou seus posteres mais queridos, cambaleando com um contentamento de curta validade,até babar por sobre o carpete o sono mais imundo que alguém poderia ter. Não seria possível acordar sem dor na tarde morna de terça, logo, nem se esforçou para prolongar a anestesia, apagou-se por mais uma noite e mais um dia. Levantou-se à contragosto e estupidamente tonto.

Viu na parede,por trás da tinta descascada,um abismo quase luminoso,que o atraía e o expulsava até seu corpo entrar em conflito. Foi tirandos as cascas, tirando as lascas, que descobriu uma coisa besta: a mente cria desculpas frouxas com a intenção de superar toda e qualquer perda. E foi dando cabeçadas fortes, sua testa estava toda marcada, ultrapassou o limite incompreensível, mas ainda achava que era apenas um porre de nata.

Um corpo pálido azulado se assustou enquanto exclamava: Argh! Mais um! Tocou sua nuca e fez uma marca exótica, um tipo de carimbo de identificação, deu boas vindas ainda sem jeito e indicou uma direção.

Levitou por sobre um corredor de marfim e foi empurrado até o fim, mais um corpo azulado perguntou o que queria, "qualquer coisa? " , nisso foi ignorado e mandado para o sofá de geléia.

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